Curadoria Educativa
Exposição “Mulheres artistas no acervo da Ufes (1970-2010)”
Promovamos pesquisas e tornemos visíveis as formas de criação de artistas mulheres de outros grupos sociais e outras culturas.
BIENAL 12, n.º 04, 2020, p. 51
Mulheres! Mulheres artistas! Visibilidade feminina!
A exposição “Mulheres artistas no acervo da Ufes” destaca algumas mulheres que nos marcaram e marcam por sua poética, força, resistência, sensibilidade e transgressão por meio da arte.
Cada artista, com suas histórias, narrativas, seus contextos artísticos e culturais, suas dores, afetos e amores, nos leva a uma passagem pelo tempo, indo ao encontro de diferentes e diversas trajetórias que foram se constituindo na vida e na arte.
Nesse contexto, fazemos uma aproximação de três categorias importantes para nortear as ações educativas: Mulher – Historicidade – Visibilidade.
A partir de um recorte histórico que vai da década de 1970 a 2010, por meio de uma linha do tempo a que intitulamos “Cartografia afetiva”, registramos os possíveis lugares que essas mulheres artistas ocuparam e ocupam na história da arte capixaba, como um mapa de geografias singulares.
Nessa cartografia afetiva delineada por uma cronologia propomos, então, um percurso educativo a partir do qual ressaltamos as histórias dessas mulheres em podcasts que se desdobram em diálogos com outras mulheres, por meio de links de vídeos que abordam feminismo, representatividade, mulher, mulher negra, visibilidade feminina, gênero, patriarcado, dentre outras temáticas que objetivam quebrar barreiras simbólicas que estão arraigadas nas memórias, histórias e no inconsciente coletivo. Assim, dedicamos essa trajetória à todas as mulheres que, na história da arte e da humanidade, sempre estiveram à margem, nas regiões periféricas, à sombra dos ditos “grandes homens” e subjugadas por uma ideia de patriarcado estrutural.
Essa cartografia nos permite, então, revisitar o acervo da Galeria de Arte Espaço Universitário – Gaeu, ao dialogar com as obras selecionadas para a exposição virtual que acontece concomitantemente às ações propostas pelo educativo e que podem ser acessadas para ampliar o diálogo com as artistas expositoras.
Expandindo as possibilidades de interação e de mediação com o público que acessa a exposição, elaboramos um material educativo que, em tempos pandêmicos ou não, pode ser utilizado nos espaços escolares, pois é constituído de jogos virtuais que exploram as obras de maneira lúdica e educativa. Propomos, por fim, um manual para professoras e professores criarem seus próprios jogos utilizando aplicativos livres que possibilitem criar encontros profícuos entre exposições, obras, artistas e os sujeitos que ocupam os espaços escolares.