Material Educativo

Quais tensionamentos, tangenciamentos, imbricações e negociações podem ser estabelecidas entre esses territórios? Que conexões podemos fazer entre a rua e a universidade? Entre a rua e a escola? Entre a escola e a universidade? Entre as paredes do "cubo branco" e as paredes da rua? E entre obras expostas em museus e as visualidades que são produzidas na rua? Entre a arte produzida na universidade e a ocupação visual dos espaços das cidades? Como subverter a noção de cidade? Onde esses territórios se encontram? Quais relações podemos estabelecer entre eles?

 

A escolha de uma ação como a PREZA (uma forma de saudação utilizada por grafiteiros em suas intervenções) nos coloca entre esses territórios, que podem ser pensados como dispositivos disparadores de reflexões que dão a conhecer a implicação da cultura urbana ou então da estética da rua, em conexão com os espaços da universidade. Mas esse diálogo não se encerra aí. É preciso avançar para um outro território, que também se faz dissonante e distante dessas discussões: a escola!

 

Uma ação como a PREZA precisa adentrar os espaços escolares, dando a crianças e adolescentes acesso às narrativas e aos tensionamentos engendrados por essas temáticas.

Nesse contexto, o educativo da Galeria de Arte Espaço Universitário – Gaeu propõe uma discussão que vai para além dos muros da escola, atravessa a rua, conversa com a "produção visual espontânea e não institucional presente nos centros urbanos" e vai ao encontro da "produção de pensamento sobre as artes visuais" que ocorre na universidade, mas, tudo isso em um movimento dialógico e dialético, horizontalizado e rizomático.

 

Ademais, as ações ativadoras e os materiais educativos propõem um trânsito entre atividades de caráter efêmero e temporário, tão difíceis de entrar nas escolas, que ainda se sustentam no produto final ao tratar do ensino da Arte. É preciso acentuar os processos de criação que potencializam a experimentação de diferentes materialidades, para que possam ser criadas novas visualidades, sejam elas de cunho quimérico, fantasioso, utópico ou de ações corriqueiras, críticas, provocadoras e refratárias da vida cotidiana.

 

Por meio das proposições e ativações, objetivamos a dissolução das fronteiras, o atravessamento das espacialidades, dos territórios por meio da hibridização das linguagens da arte, da estética da rua e da produção de sentidos que reverberam desses diálogos e atravessam os sujeitos.

 

Em busca de ação e reflexão, o educativo pensado para a PREZA propõe uma grande performance coletiva cujas (inter)ação e (re)invenção sejam somente o ponto de partida para possibilidades outras, nas quais esses diferentes territórios possam convergir e com as quais eles possam se conectar.

 

"A experiência, portanto, é o espaço em que se desdobra a pluralidade. A experiência produz pluralidade" (Larrosa, 2002, p. 9).

 

Margarete Sacht Góes

Curadora do Educativo

 

 

Confira as propostas do Educativo da Gaeu:

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